segunda-feira, 23 de julho de 2012


Estas fotos não são minhas, foram-me enviadas por um amigo, pois são fotos de locais que recordo, e onde vivi 24 meses.
Foto da entrada do Batalhão, com a casa das máquinas, e o monumento aos "MORTOS"























Travessia em João Landim, a celebre jangada, que demorava entre 20 a trinta minutos para atravessar,
impressionante era o quando descia, e subia nas marés. Em baixo um dos postos de vigia. Mais uma da jangada sempre com muito peso.Outra do local onde lavavam as nossas roupas.
                                                                                                                                                                
As panhares alinhadas, não sei se junto do Batalhão se no esquadrão.


Travessia do Rio, já carregada a jangada. Em baixo viaturas aguardando a travessia. Visita do Gn. Spinola ao esquadrão das Panhares.




sexta-feira, 20 de julho de 2012

Vou descrever, pois parece-me justo. Um episódio, sobre o MAJOR,  que era o 2º comandante e  que eu presenciei, ninguém me contou!!!!!
Pois como escriturário dele, tinha um gabinete, que era dividido por uma porta, porta essa, de passagem de um lado para outro, com a parte de baixo em rede, logo, ouvia-se perfeitamente.
Fomos flagelados, com foguetões, que resultou a morte de uma lavadeira, que ia a sair do quartel, era perto da casa das máquinas, que por sua vez foram danificadas, vou dizer isto mas já o disse a colegas do BATALHÃO, porque entendo ser JUSTO.
Para uma pessoa, que no interior do batalhão não era muito apreciada, quer por praças,  quer por oficiais e sargentos.
Mas como disse, verdade seja feita, em sua memória, pois já faleceu, como dizia, a casa das maquinas avariou "DEVIDO HÁ FLAGELAÇÃO", por esse motivo não havia gelo, depois de vários pedidos de resolução da situação vários dias, ele MAJOR, pega no telefone, e liga possivelmente para a intendência, sei que falava com um BRIGADEIRO.
A certa altura ouço, ele MAJOR dizer isto ( SE NÃO TEMOS CONDIÇÕES PARA SUSTENTAR ESTA GUERRA, ACABE-SE COM ELA), sei que ouvi em resposta do MAJOR ao BRIGADEIRO, o senhor é  BRIGADEIRO, mas está ai em BISSAU, eu sou MAJOR de um batalhão que está no interior da província, isto só para dizer que MILITARISTA, sim senhor, mas lutava para que se tivesse boas condições. Aqui fica a minha homenagem a um homem que me habituei a gostar, pois eu sempre entendi que a disciplina, é inimiga da anarquia, e eu dava-me melhor com a primeira. ABRAÇOS!!!!!!
Vou publicar mais uma de muitas histórias por mim vividas .
 Pois por muito que se diga, sofria-se muito, eu até fome passei, mas isso para muitos não interessa. Quanto ao Srº. Cunha excelente pessoa, mas sem pulso para ser Comandante de um Batalhão, e muito menos, um batalhão que já alguém, utilizou a palavra  perto de BISSAU, talvez com segundas intenções, o que eu não aceito, pois estávamos, junto de "DUAS MATAS QUE POR MUITOS CONSIDERADAS DAS MAIS PERIGOSAS" CHOQUEMONE e PONTAMATAR, hera tão pacífica que alem de FLAGELAÇÕES e foram bastantes, ao quartel de uma das vezes matou uma LAVADEIRA, dentro do quartel,  por duas vezes tivemos a artilharia a bombardear, os FIAT, e numa grande OPERAÇÃO, tivemos 10 MORTOS de cada vez, lembro-me que uma dessas vezes depois de toda a actuação da ARTILHARIA e AVIAÇÃO, ao cair da noite ainda fomos FLAGELADOS com foguetões, num desses ataque, eu que sou de BARCELOS, decorriam as FESTAS das CRUZES, não sei se 3 ou 4 de MAIO.
 Lembro-me que posteriormente, veio para Bula a 38ª Companhia de Comandos que foi tentar limpar a zona, uma vez que apesar de todo o bombardeamento. quer da aviação e artilharia, e dos mortos que tivemos, ao cair a noite ainda fomos flagelados com 21 foguetões, posteriormente até o Marcelino da Mata se sediou em Bula.
 Desde dois condutores que iam a BINAR, num dos transportes tradicionais, que por cá é para GADO, e foi atacado, não sei o numero de mortos,mas contou o motorista da ambulância, que pela estrada fora era só CADÁVERES, os dois militares segundo nos contou um africano, que fugiu pelo meio do CAPIM, que os queriam levar com eles, e eles rejeitaram.
 O fotografo com uma rajada cortaram-lhe as pernas, aos dois militares que eram mecánicos que iam a Binar arranjar o carocha que estava avariado (UM SEI QUE ERA O AMORIM O OUTRO NÃO ME LEMBRO O NOME), mas como dizia segundo relato do africano, não quiseram ir com eles, e deram-lhe a um um tiro na testa, a outro numa vista, e foi este o fim trágico destes dois colegas, sei que um colega que era condutor da ambulância, que foi ao local, disse que num raio de 200 metros eram só corpos espalhados pela estrada
Convém lembrar, que tudo isto aconteceu, porque se estava a formar a coluna, que era formada com as PANHARES, que faziam a segurança, esse carro se antecipou há coluna, e pouco depois ouviu-se  disparos, e foram logo as panhares, e depararam com o cenário descrito acima.
Lembro-me que foi num sábado,  duas e tal três horas eu ainda ouvi os disparos, pois estava a assistir a formação da coluna, que era perto do café do Sr. Silva, que tinha o cruzamento para Binar, S. Vicente.
Lembro-me de ver depois o camião, metia medo só de olhar, foi uma rocketada, entrou no sitio do motorista, e onde passou varreu tudo, impressionante  na altura.
Já depois de regressar novamente para bula, depois de gozar férias, (POIS NO 25 ABRIL ESTAVA DE FERIAS CÁ NA METRÓPOLE), e tivemos contactos com elementos do PAIGC, em Bula, com quem mantivemos diversas conversas, onde me lembro na altura se andar a construir uma estrada, e as nossas tropas iam fazer segurança, ás respectivas máquinas, e eles dizerem que também estavam lá,  pois também eram interessados, uma vez que tudo ficava lá.
 Lembro-me de dizerem que muitas vezes viam o pessoal passar e nada faziam, pois diziam eles que nós estávamos lá porque éramos obrigados, muitas outras situações nos contaram, compreendendo o que lá fazia-mos, e que só quando confrontados, e não o podendo evitar, haviam os confrontos.
 Devo dizer que fortemente armados, sempre que vinham ao quartel, o que não era o nosso caso, pois já estávamos em descompressão, pois a vinda deles era para encetar negociações, digo eu??? uma vez que eram comandantes, e os soldados é que ficavam converçando com o pessoal, mas via-se que era pessoal com certa formação.
 Esta foi mais uma de muitas experiências, por lá vividas.
Tenho lido relatos de tudo o que os elementos do PAIGC, na altura faziam, visitando os quarteis, e faziam certas investidas, junto da população, praticando as barbaridades próprias da guerra, do que hoje assim há distância, também me sinto responsável, pois nós tinha-mos o dever de defender todos o que independentemente da cor, serviam o nosso exercito, tal como em tudo na vida, pensamos que todos são como nós, e quando se fazem as coisas premeditadas, a boa fé é ultrapassada, muito me têm custado ler coisas que se passaram, mas embora me sinta muito mal, com tudo o que tenho lido, não me sinto responsável, pois eu na altura que lá estive, defendia fosse quem fosse, foi sempre esse o meu principio, e será ate ao fim dos meus dias. 
Abraços a todos com votos de muita saúde.
Vou contar mais um de muitos episódios, que na Guiné eram normais.
Já depois do 25 de Abril,nas festas de BULA, o Comandante resolve organizar, talvez na tentativa de aproximação, da população com os militares, diversas actividades,  culturais de diversa ordem,   até que chegou o futebol. Noz tinha-mos elementos do batalhão, quem jogavam na equipa do BULA, mas como dizia, tudo corria  sobre rodas.
Veio o jogo, com a presença de autoridades, locais e militares.
Mais uma vez quem organizou, mandou vedar o campo, com esteiras colocadas pelos militares, com o intuito que os militares pagassem bilhete, como toda a gente sabe, o dinheiro não era nenhum, eu disse na altura ao CAPITÃO MATIAS, da CCS. que o pessoal não pagava, ele ameaçou-me com ordem de prisão, como cabecilha, da contestação uma vez que lhe disse que não tinha-mos dinheiro, e que por sua vez, os africanos não pagavam.
Foi ai que o 2º comandante deu ordens, para que o batalhão compra-se bilhetes,  e vai dai, todos fomos ver, ( EU DISSE AO CAPITÃO QUE IA PARA O POSTO DA ENFERMARIA) quem conhece sabe que de lá se via, tinha um posto junto há enfermaria, que era virado para o campo de futebol.
Mas como disse lá fomos ver o jogo, com intuito de aproximação dos militares com população, e foi ai que na presença das autoridades, lá começou o jogo, que depois de começar, logo se viu a atitude provocatória dos africanos, com o arremesso não só de areia, uma vez que o piso era bastante areado, e mais objectos, até que o caldo se entornou, com invasão de campo.
Noz militares a sacarmos dos cintos, e o que era para o que atrás descrevo,  "APROXIMAÇÃO  ENTRE OS MILITARES E A POPULAÇÃO",  tornou-se numa batalha campal.
Que só foi resolvida com a ida de muitos militares  ao quartel buscar armas, e começaram e disparar e só assim é que tudo serenou, caso contrario não sei o que seria.
O comandante reuniu o pessoal na parada, e louvou a atitude que o pessoal teve, e a partir dai, sempre que saia-mos do quartel vinha-mos com arma, e com granadas, pois o ambiente a  partir dai, tornou-se insustentável. Os locais já viviam tal como noz um período pós  25 de Abril.
Diga-se que foi a pior fase, fim de comissão, com esses problemas, foi do pior, nada de facilidades, felizmente, tudo correu bem, mas podia ser uma tragédia?????? acabou em bem.
Abraços a todos e muita saúde.

quarta-feira, 18 de julho de 2012


































Este foi o local, onde muitas vezes jogava-mos com temperaturas sufocantes, mas para noz, que desejávamos, que o tempo passa-se, nada nos impedia de jogar nestas condições.
 Este foi o local do que descrevo, mais em baixo.


 Esta é uma imagem que recolhi da NET, sobre as bancadas do campo de futebol de BULA.
Não me perguntem quem e em que ano.